As terras de Terena, desde a pré história que foram povoadas por vários povos, mas deve-se aos Romanos a maior quantidade de testemunhos da sua presença, existindo atualmente ruínas de Várias Vilas (Villae Romanas) e da ponte na região envolvente da Vila de Terena, no entanto, parece que a fundação da mesma, foi junto à foz do atual Ribeiro do Alcaide com a Ribeira de Lucefécit, Vila Velha, transmitindo a sua toponímia à atual, e foi fundada pelos árabes, não se encontrando nenhuma toponímia da época dos Celtas nem dos Romanos referentes a esta Vila de Terena.
No final do Verão do ano de 1120, chegou junto à foz do atual Ribeiro do Alcaide com a Ribeira de Lucefécit, um jovem com um rebanho de cabras vindo pela Ribeira acima, desde o Odiana (Guadiana)! O Jovem admirou tanto a beleza do lugar, os mantos verdes da vegetação, o azul transparente do céu, o amarelo do Sol, o chilrear das aves que, sublimava as maravilhas da natureza, pelo que, não resistiu em ficar por ali!
Enquanto as sua cabras pastavam nas margens da Ribeira, começou a cortar ramos de árvores e arbustos para construir um abrigo para ele e para os seus animais! Quando anda nesse trabalho, ouviu o ladrar do seu cão, sinal que, alguém estava chegando! Olhou, e à sua frente estava um rapaz, aparentemente da sua idade, com cerce de vinte anos que, esboçou um sorriso e levantou o braço em sinal de cumprimento, sendo correspondido com o mesmo sinal, mas sem o sorriso! O dono do cão que ladrava, olhou para o animal e o mesmo ficou imediatamente em silêncio!
O rapaz que chegava aproximou-se, apresentando-se, disse que se chamava Joam e que, também guardava cabras. O recém chegado começou a fazer perguntas: Como se chamava? e De onde vinha? até se ofereceu para ajudar a fazer o abrigo, mas não obteve nenhuma resposta verbal, o outro, respondia através de gestos, dando a entender que não percebia a língua falada por Joam.
Como no Reino de Badajoz, onde estas terras pertenciam, falava-se três línguas: O Árabe, o Moçárabe e o Ladino, o Joam ainda tentou algumas palavras que sabia nas outras línguas, mas sem sucesso! O Joam, um pouco irritado, pois achava que ele o percebia mas que não queria conversa, acabou por desistir, despediu-se com um aceno e segui pelo Ribeiro de Alcaide acima, mas ia meio pensativo, pensado que estava no meio de um mistério!
No dia seguinte, o Joam, assim que soltou as suas cabras, foi descendo o Ribeiro do Alcaide com a ideia de ir desvendar o eventual mistério que o atormentava! Ao chegar à Ribeira, avistou as cabras do rapaz misterioso, mas com receio do cão, foi andando muito devagarinho, no entanto, o cão que guardava as cabras e o seu dono, há muito tempo que tinha dado pela presença de Joam, tendo-o ignorado, pois já o conhecera no dia anterior e sabia que vinha por bem!
Quando Joam desceu a margem, para dentro da Ribeira, ouviu chapinhar na água, pensou logo que era o rapaz a tomar banho, mas ao vira-se para o lugar de onde ouvia os movimentos da água, ficou pasmado, atirou-se para dentro de uma moita de buínho e com cautela abriu uma fresta para observar sem ser observado.

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