A Lenda da Moura Talanna - Parte 5/6


A aldeia de Odieayan, terra natal de Talanna, não ficava longe dali, mas desde a sua triste partida, ela nunca mais lá tinha voltado, até que um dia bateu-lhe a saudade do sítio e da família e disse ao Joam que sentia muita vontade de lá voltar, não só, por uma questão de sentimento, mas para saber se os tios e primos tinha sobrevivido à moléstia e se tinham voltado para os seus casebres!

O Joam nem hesitou e disse-lhe que iam lá mais depressa do que ela imaginava, ele sabia que existia um lugar de fácil passagem do Odiana, junto ao Castelo dos Mocissos, por isso, seria já na semana seguinte a sua visita a Odieayan na Ribeira de Olivença!

No fim do mês de Setembro trataram dos mantimentos para a viagem e no último dia desse mês meteram-se a caminho, montados numa mula e num burro, partiram cedo e, antes do meio dia já estavam à porta do casebre que tinha sido da família da Talanna! Bateram à porta e apareceu uma prima que tratava do casebre e que lá vivia, caíram nos braços uma da outra, depois entraram e num instante a prima contou-lhe como tinham passado desde a saída dali e disse-lhe que estavam todos vivos!

O Joam e a Talanna foram visitar toda a família, passaram o resto do dia a ouvir e a contar o que se tinha passado nas suas vidas durante os últimos oito anos e confirmaram que os tios e primos viviam com muitas dificuldades, então deixaram-lhe tudo o que podiam dispensar, pão, queijos, e roupa! Antes de partirem, disseram à família que, podiam mudar-se para a sua nova aldeia, onde havia trabalho para todos!

Os tios agradeceram, mas responderam que, aquela era a sua terra e não conseguiam mudar-se dali, porém, três primos e duas primas aceitaram e voltaram com eles, ainda nesse dia, para a Aldeia de Talanna! No dia seguinte, começaram todos a trabalhar, os primos a tirar o leite às cabras e a fazer trabalhos agrícolas! As primas a recolher o leite, a prepará-lo, a fazer queijos e a tratar os queijos em cura, uma autentica fábrica da época!

Em meados do mês de Outubro o Joam e a Talanna, voltaram à Ribeira de Olivença, levaram mantimentos, roupas, duas cabras e um cabrito para deixar lá por tempo indeterminado, pois, assim, não lhes faltaria leite e queijos e, depois os cabritos que as cabras tivessem, seriam para eles!

Continua…

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