O Carteiro de Terena

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Por volta do ano de mil e novecentos, era carteiro em Terena o Joaquim Pucarinho, de alcunha o "Davã", por não ter boa pronuncia.

Era natural do Alandroal, casado com Maria Rita (da família Góis), de Terena, e morava perto do lagar desta bonita terra. O casal teve dois filhos. O Inácio e o Mariano, mais conhecido por Marianito.

O Joaquim "Davã", para distribuir o correio na Freguesia de Terena tinha que o ir buscar ao Alandroal.

O transporte, era feito numa carroça de burro, pois é preciso lembrarmo-nos que estávamos no princípio do século passado.

Muitas das vezes vinha acompanhado pelo filho Marianito.

Era costume, o carteiro quando chegava à Fonte Santa, tocava a corneta para o povo do Alandroal saber que ele vinha chegando à Vila.

O bom do nosso amigo Marianito, tinha então esta bonita graça: " Mê pá dá uma conitá. As menim do Landroá fica logo toda a apitá." O que Marianito queria dizer era o seguinte: O meu pai toca a corneta, e as meninas do Alandroal ficam logo com o ouvido à escuta. Mas o Marianito, como figura típica que era, tinha também outros ditos com muita graça.

Em tempos, teria feito uma oferta a uma mulher para ter relações sexuais, nestes termos: "Ó ninó, menina do onça "alcunha", tu mim nã qué, tu tem bena pena goda pó fóni e fóni. Tu mim nã qué e ó nonça tu qué. Ê dô cinco menré em tendi."

O Marianito gostava de apreciar a beleza das raparigas, ela brincavam com ele mas nunca lhe faltava ao respeito.


Autor: Luís de Matos

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