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Imagem ilustrativa - Gato |
Conta-se que num belo dia de Inverno, o Mestre Mário Major, que era sapateiro de profissão, morava na Rua do Montinho, na última casa junto ao chafariz, em Terena e tratou de cozinhar uns corvos para uma petiscada. Era uma pessoa que fazia petiscos de todo o género de bicharada. Segundo dizem, era um ás. Não havia outro como ele. Convidou o José Belo, pai do Manuel Inácio Belo, agricultor do Monte da Cruz Branca e o Manuel Inácio Mira, mais conhecido por Mestre Manel Sapateiro. Os três homens comeram o petisco mas só o cozinheiro é que sabia a malandrice que tinha feito. O que eles sabiam, é que era bom. Não era e não é normal, comerem-se aves daquela espécie. No final, quando o Mestre Mário lhes disse o que tinham comido, o Mestre Manel Sapateiro, pensou para com ele.
Deixa-te estar que vais pagá-las! Quando mal te descuidas, estás a comer um petisco à minha maneira. E assim foi. Pediu a alguém que lhe matasse um gato para pregar uma partida lá na Sociedade e com a carne do bicharoco mandou fazer um petisco. Convidou os outros dois, pois então, havia que retribuir o convite. Ao que parece cheirava tão bem, que o António Galrito que era o farmacêutico local, ao aproximar-se, disse para o Mestre Manel:
- É pá, cheira muito bem! O que é que vocês aí têm?
O Mestre Manel Sapateiro, disse prós seus botões:
- Olha! Mais um. Este já caiu no anzol e diz-lhe:
- Então, se queres chega pra cá.
Sentados à mesa, começaram a petiscar com o maior dos apetites. Entretanto o petisco acabou. Foi então que o Mestre Manel, sempre com a graça que lhe era peculiar, mostrando a cabeça do animal, lhes disse:
- Olhem! Aqui está a cabeça do animal que estivemos a comer.
Aos outros não lhes causou qualquer impressão, mas ao farmacêutico Galrito, já não foi bem assim. De imediato teve um grande enjoo e ao que parece esteve vários dias doente e aborrecido com o Mestre Manel, enquanto os outros companheiros acharam muita graça.
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