Na última publicação aqui no blog falei-te sobre os Condes e Marqueses da Vila de Terena, uma parte da nossa história que poucos conhecem. Hoje, continuo nessa linha, mas desta vez com um olhar para o norte do país, onde o nome Terena também deixou marca — mais concretamente na cidade do Porto, através do Palácio dos Terenas.
A Torre
Este conjunto arquitetónico começou por ser conhecido pela sua torre medieval, chamada Torre de Pedro Sem — nome de um dos seus proprietários mais antigos — ou então Torre da Marca, devido à proximidade do Padrão da Marca, um marco de navegação marítima construído em 1542.
A torre remonta a meados do século XV e representa um dos elementos históricos mais antigos ainda de pé naquela zona da cidade.
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| Torre dos Terenas |
O Palácio
Mais tarde, já no final do século XVII, foi construído o Palácio, pela família Brandão de Mello, descendentes de Pedro Sem. Este viria a passar para as mãos dos Marqueses de Terena (os mesmos que referi no artigo anterior), e posteriormente para os Marqueses de Monfalim, que acabariam por o vender à Diocese do Porto.
Com a implantação da República e a nacionalização de muitos bens da Igreja, o Paço Episcopal da Sé do Porto foi expropriado, o que levou a Diocese a adquirir este palácio em 1919, onde se instalou definitivamente.
Entre 1999 e 2000, o edifício foi alvo de restauro, retirando-se um revestimento em azulejo que tinha sido colocado nos anos 30, devolvendo ao palácio a sua aparência mais original.
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| Palácio dos Terenas |
Curiosidade
É impressionante como o nome Terena, vindo de uma vila alentejana como a nossa, está também gravado num palácio nobre em pleno centro do Porto. Um reflexo claro da influência e prestígio que algumas famílias ligadas à nossa terra tiveram em tempos passados — não só localmente, mas também a nível nacional.


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